5 Mapas essenciais para sua dissertação de mestrado

Mapas para dissertação de mestrado

Nesse post eu trouxe um pouco da minha experiência da dissertação do meu mestrado na Universidade Federal do Paraná – UFPR, Programa de Pós Graduação em Planejamento Urbano – PPU. 
O objetivo é destacar mais são os mapas, na  minha opinião, imprescindíveis para uma dissertação de mestrado ou até mesmo uma tese de doutorado. 

Esses mapas vão facilitar o entendimento do leitor da sua pesquisa, alguns são simples,  outros, mais complexos. O importante é que você não deixe passar o momento certo de elaborar esses mapas. No final do post também vou explicar como vai funcionar a mentoria Trilha de Sucesso em Geoprocessamento para a Sua Pesquisa, que vai acontecer do dia 07/10/2024 a 01/11/2024.

Você pode ir clicando em cada título para ir direto ao mapa de seu interesse, tem também uma vídeo-aula no final do post!

Quer sair do zero e elaborar mapas completos e complexos, com dados e informações organizadas e legíveis em um curso de apenas 6h?

Independente do seu recorte de estudo, ou seja, se o município, bairro ou país que esteja usando como foco da pesquisa, seja popularmente conhecido ou não, é interessante elaborar um bom mapa de localização.

Esse mapa deve conter diferentes escalas de inserção, por exemplo, país, estado, municípios, bairro (caso seu recorte seja um bairro). Veja o exemplo da minha dissertação a seguir:

Mapa 1: Mapa de Localização do Arranjo Populacional de Curitiba

Esse mapa contém o mapa do Brasil, o mapa da Região Metropolitana de Curitiba e finalmente o recorte do estudo que é o Arranjo Populacional de Curitiba, que consiste em 18 municípios, definidos pelo IBGE em 2016.

Mas não é só isso, existem outros elementos que facilitam a leitura e localização do leitor. Como por exemplo: aeroporto, rodovias e vias principais, sedes municipais, raios de 10km do centro de Curitiba (para que o leitor tenha outra referência de distância, além da escala gráfica).

Ainda, como fazia parte do meu tema da pesquisa, aproveitei o mapa para trazer outras informações importantes. A mancha urbanizada (malha viária), áreas de preservação e hidrografia.

A melhor fonte de dados do Brasil é o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Além de ser o instituto oficial de fornecimento de dados, ele está sempre inovando e facilitando o uso de dados pelos seus usuários.

As informações mais ricas são dos Censos. Pois os recortes de dados são pequenos, os chamados Setores Censitários, e é possível fazer análises precisas de várias escalas de recorte de estudo.

O mapa a seguir é um exemplo de coleta e tratamento de dados simples do Censo IBGE 2010:

Mapa 2a: Densidade Habitacional (habitantes por hectare) no Arranjo Populacional de Curitiba

Esse mapa foi feito utilizando dois dados do Censo, a área em Hectare de cada setor (feito por meio de cálculo automatizado) e a população total de cada Setor Censitário. Após isso foi feita a representação em escala sequencial.

Se você não souber o que é escala sequencial de cores, veja esse vídeo aqui – Como escolher a paleta de cores no QGIS ou veja o post aqui do site: Como escolher a paleta de cores no QGIS

Mas não é só isso, você também fazer cruzamentos de dados mais complexos, como por exemplo, usar uma metodologia de índice existente ou criar a sua própria. Na minha dissertação, optei por usar uma metodologia de coleta e tratamento de dados de um índice socioeconômico existente. Essa fonte é outra dissertação de mestrado, que usa o recorte de Florianópolis, mas como os dados do IBGE têm a mesma qualidade para todo o Brasil, foi possível replicar em Curitiba. Os dados usados foram informações de renda, educação, habitação, infraestrutura e vizinhança. Veja a seguir:

Mapa 2b: Índice socioeconômico no Arranjo Populacional de Curitiba

O cruzamento de dados para elaboração desse mapa foi feito no Excel, em um segundo momento, foram associados aos Setores Censitários. A paleta de cores usada é divergente, pois demonstra contraste de informações (bom – ruim).

Uma fonte alternativa de dados, são os dados livres, ou seja, que foram criados por algum tipo de comunidade e são disponibilizados de forma gratuita e aberta para uso. Na aba bases de dados é possível encontrar várias delas.
De todas as que eu já usei, a minha preferida é do OSM – Open Street Maps, considero uma fonte bem consistente e atualizada. Veja o mapa a seguir:

Mapa 3: Pontos de Interesse no Arranjo Populacional de Curitiba

Esse mapa usa dados de Pontos de Interesse do OSM e foi necessária algumas etapas de tratamento dos dados. A primeira foi excluir alguns pontos irrelevantes como bancos de praça, caixas eletrônicos, lixeiras ou torres de comunicação. A segunda foi transformar os dados de pontos para polígonos hexagonais, para facilitar a visualização e a terceira foi a classificação gradual sequencial nessa paleta de cores “inferno”.

De toda forma é preciso tomar cuidado com esse tipo de fonte e analisar com cuidado a veracidade das informações. É claro que nem todos os pontos estão realmente mapeados, por exemplo, eu observei que os pontos de transporte público não tinham muita conexão com a realidade e exclui também.

Se você obtiver os dados para a reprodução de um mapa existente, faça isso. Evite copiar e colar mapas que foram elaborados com outros propósitos, defina o objetivo do mapa e ressalte as informações que vão de encontro aos objetivos da sua pesquisa.

Veja o mapa a seguir:

Mapa 4: Síntese das condicionantes físicas, bióticas e legais do Núcleo Urbano Central de Curitiba com destaque para as áreas aptas à expansão urbana

Esse mapa é uma releitura de outro com o mesmo nome elaborado pela COMEC – Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba em 2006. As informações são interessantes, mas as cores, ao meu ver, não facilitavam a leitura do usuário, por isso eu refiz o mapa. Essa releitura foi bem simples, eu apenas identifiquei os dados usados na época e reorganizei as camadas e cores.

Provavelmente você vai fazer alguma coleta de dados para a sua pesquisa, se você conseguir espacializar esses dados em um mapa será um diferencial e tanto. Além disso, se você conseguir tempo hábil para fazer uma análise profunda desses dados, é a situação ideal.

O desafio é conseguir fazer essa coleta e tratamento a tempo, para que as informações sejam relevantes e a análise saia do superficial. Por isso é importante que você saiba quanto tempo vai levar para se organizar na produção desses mapas.

Na minha dissertação eu trabalhei com a TSE – Teoria da Sintaxe Espacial e para isso, precisei de uma base de sistema viário própria dos 18 municípios do Arranjo Populacional de Curitiba. Foram alguns meses de ajuste de uma base existente e algumas semanas para processar os dados georreferenciados no QGIS, processar os dados numéricos em Python e elaborar os mapas. Veja a seguir dois exemplos:

Mapa 5a: Integração global com medida normalizada NAIN no Arranjo Populacional de Curitiba
Mapa 5b: Escolha global com medida normalizada NACH no Arranjo Populacional de Curitiba

A representação das linhas utilizada nesses mapas é padrão da TSE, já os elementos de contexto foram uma adição minha. As cores são padrão divergente (bom – ruim), porém, na TSE há uma característica incomum, o vermelho representa o bom, alta conectividade e o azul representa o ruim, baixa conectividade.

Com apenas uma base de dados de segmentos (elemento georreferenciado próprio da sintaxe), foi possível elaborar esses dois acima e outros, como o de centralidades.

Se você gostou desse conteúdo e quer aprender com mais detalhes a como fazer esses mapas, vem aí a minha primeira mentoria!

Serão 4 encontros online, sempre das 09 às 11h, em grupo de duas horas de duração.

Os assuntos principais são:

1. 09/10/2024: Introdução ao geoprocessamento e como buscar os primeiros dados e verificar se vão servir ou não para sua pesquisa, vamos usar QGIS, IA e Python.

2. 16/10/2024: Como elaborar a estratégia de ação para a elaboração dos mapas, ou seja, como definir claramente os objetivos dos mapas (de acordo com o seu tempo hábil) e as principais análises.

3. 23/10/2024: Como colocar a mão na massa do jeito certo, salvando os arquivos e criando sua biblioteca sem correr riscos de perca de dados, como fazer uma limpeza refinada e o geoprocessamento dos dados.

4. 30/10/2024: Como elaborar mapas profissionais, com volume de informações adequado, paleta de cores bem definida e elementos fundamentais inseridos da forma correta.

Além dos 4 encontros, cada mentorado terá direito a mais 1 encontro individual.

Vídeo aula

Para acompanhar esse conteúdo ouvindo e de quebra pegar mais algumas dicas, assista o vídeo no Youtube:

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